Há mais de 60 anos, no espírito e no coração, compromisso com a verdade.


Em meados de 1951, os irmãos Romeu e Arnaldo Mantovani, juntamente com Jessyr Bianco, começaram a cogitar a ideia de um jornal independente. Naquele tempo, Romeu Mantovani, além de trabalhar na Prefeitura de Americana, trabalhava também como contador para Jayme Antas, em sua fábrica têxtil. Jayme era filho do vereador Sebastião Antas de Abreu, um dos maiores responsáveis pela unificação política da cidade de Americana. Fez parte do primeiro mandato da Câmara Municipal.


Jaime e Sebastião acreditavam na possibilidade de um jornal sem vínculos com a política e, com o faturamento da empresa têxtil, forneceram as verbas necessárias para a compra das primeiras máquinas que seriam utilizadas para a impressão do jornal que se chamaria O LIBERAL.


Com a verba arrecadada para a primeira impressão e a certeza da publicação, os três fundadores passaram a buscar opiniões a fim de por em prática seus ideais de um jornal que pudesse prosperar na cidade de forma independente, que não estivesse limitado à ideia de três pessoas.


O foco maior seria a liberdade de expressão, e qualquer um poderia externar seus contentamentos e descontentamentos sobre qualquer assunto, política, economia. Na época, embora existissem poucas escolas, muitos possuíam certa facilidade para escrever e com a ajuda dos irmãos Mantovani e Jessyr Bianco passaram e pensar em nomes para o jornal.


A idéia de criação do jornal atraiu muitas pessoas que gostariam de fazer parte do projeto, que não tinha fins lucrativos. O jornal seria inaugurado com diversas opiniões de pessoas dispostas a cooperar para o bem da cidade e não para benefício próprio, sem bajulações de governo ou entidades privadas, qualquer um que estivesse disposto a se expressar sem interesses financeiros.


Entre eles estavam o poeta Antonio Zoppi, Walter José De Faé (que até hoje escreve para a coluna de poesias do jornal), José Nascimento, Cesar Rodrigues, Mario Feola, Joaquim Rocha Junior (ex-redator do jornal O Tempo), Waldomiro Rocha Neto, Guilherme Barreto, Nidoval Reis, responsável pela coluna de poesias da época, Erasmo Silva, Euclides Pinto da Rocha, Arsenio Miranda Caetano, Nicolau João Abdalla, Jorge Arbix, que assumiu em 1952 o cargo de prefeito de Americana.


Alguns já com colunas fixas, outros que escreviam esporadicamente. Zoppi e Faé se consagraram no jornal, perpetuando-se na Redação. Um ano após a sua fundação, O LIBERAL passou a contar também com Diógenes Benedito Gobbo.


Em 1º de junho de 1952, de forma singela, surgiu O LIBERAL, com diagramação rústica, textos bagunçados, mesclados com anúncios, matérias que começavam na primeira página e só terminavam na quarta, com algumas quebras para outros textos.


Com apenas quatro páginas, sua primeira edição mostrava aos cidadãos de Americana seus objetivos, engrandecendo a “Princesa Tecelã”, nome dado à cidade devido o grande número de indústrias têxteis da época, que colocaram Americana no mapa do País como uma das principais fornecedoras de tecido.


Em seu primeiro artigo publicado, o de boas vindas ao jornal, Walter José De Faé ressaltava o potencial de Americana, com ênfase na capacidade de seu crescimento. Jessyr Bianco expressou todo o interesse de benfeitorias à cidade e deixou bem claro ao governo seu propósito, citando que não seria um jornal de falsos elogios. “E sim um jornal que se atenha a verdade e somente a verdade. Com capacidade de averiguar os fatos e desmascarar caso fosse preciso atos inconstitucionais”.